sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A SEDE DO POTE



Eu ia com muita sede ao pote,
como se o que matasse a minha sede fosse o pote.

Hoje prefiro dormir com a roupa do meu sonho me por de pé; nunca mais acordar.

Caminho por dentro, não há pressa
tenho todo o tempo da vida (e só ele)

O mundo me assusta, quando não me aflige
e me aflige quando não me assusta

Prefiro encarar o pavor de todo o desconhecido

As roupas surradas de meu corpo
me vestem a pele de panos, e estas
vestes estão cheias de carne
e sonho e osso e vida

O que retenho é o meu conteúdo
O que não retenho é o que mata a minha sede.




Katia da Luz

Nenhum comentário: