quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Resposta sobre o quanto se sentir Turista Estrangeiro na FUNARTE

A gente merece, se sentir assim...Será?!
Quem é que nunca se iludiu na via, na vida, no jogo, na cor da camisa?
Afinal, errar é humano
E de choros e gargalhadas, lucram os que não sabem de nada.O tempo pra eles é so dinheiro no banco e midia bem contundente.
Ai, nós poverelos brasileiros aposentados, pra ELES os DONOS DO PODER,somos as minhocas politizadas.
Servidor público que investe no seu país, e estuda,
aposentado na Cultura...
Usamos é verdade não temos ciência.Inventamos como teimosos uma maneira cada vez mais propria de sobreviver.
Investimos muito tempo decifrando garatuchas e rabiscos, cantarolando ou incentivando a ARTE E A CENA que se quer expressar, libertando a capacidade de sermos uma nação livre para criar e recriar.
Sugiro o CURSO TABAJARA EXPRESSION POLIGLOTA pra gente não passar como idiota.
É de chorar, mesmo ...
Estarmos na "merma lerda" nesta queda vertiginosa de desvalia.
Alguém pode pagar a luz da alegria? Ter ética nesta falta de escrupúlos dos Poderes.
Ai... Quero sorrir, só de nervoso quando vejo a contas se sobrarem e o pagamento "fartar". É DE LASCAR
Então, alguém já sabe os dialetos africanos? Vamos gritar a todos os hermanos que no mercosul temos mais tiranos que imaginávamos.
Estilosa é a vida de aposentado. Se não cuidarmos do sorriso mesmo amarelado, até a dentadura estará no prego! A julgar pela maneira que fomos conduzidos a sorrir até do tiro que demos no nosso pé!
Imagine, se estamos assim com o moral de finados, como vamos debochar do Dia em Que Fomos Tombados como Imbecis, DIA DA CULTURA
Estamos tão emborolados e desqualificados por donas Marisa e seus rebentos, que somos trabalhadores da cultura do mofo.
Pensou? Que vergonha que dá ter que remendar o paletó ou cirzir à mão pra economizar a luz o buraco a minha propria meia e capinar o quintal. Caramba!!!
A diária de qualquer jardineiro é maior que a hora aula de um professor de ensino fundamental.
Pelo menos aqui na PATAGONIA.
AH, sem pudor algum, passei tempo demais competindo com a censura, com a ditadura, e a falta de provisão para me deixar envergar pela brisa da ignorancia.
O conhecimento se constroí resta saber a que preço.
Porque será que ainda não merecemos ter acesso ao vale cultura?
Ai... Dá medo ter crise de piti e saudade do tempo da curiosidade de entrar no planetário, de ir ao circo com os meus filhos e sobrinhos, de caminhar sem medo do
caveirão. SOCORRO é ignorância financiando os PODEROSO CHEFÃO.
E a gente, né?
So queria justiça social, acesso a bens culturais e patrimoniais, e quando lemos que isto acontece só por teimosia ou investimento de imposto, dá DESGOSTO pensar no amanhã.
Não chore assim, não...
Você é biiita demais pra se martirizar com o preço que pagamos por nossa vontade de construir um pais mais justo.
Não se sinta assim, amiga... Isto é só o começo.
Beijos no seu coração.
"Bai - bai", este pec que não saí!
Sordade,
Kátia da Luz

terça-feira, 10 de novembro de 2009

SER DOIS e SER UM COM O OUTRO

Aprende no caminho da vida , a paradoxal lição da experiência:
Sempre ganhas o que deixas e perdes o que reténs. ( autor desconhecido)

Ser Dois e Ser Um com o Outro (De Kátia da Luz)

Eu realmente precisava ficar só comigo
E seguir em você contigo onde quer que vá.
No fundo do teu duro coração aguerrido,
No canto da tua mochila arrumada.
No copo gelado do que vieres a beber,
Na garfada que podes saborear em silêncio.
Eu realmente estou só contigo.
No registro de cada desatenção tua
Ou na escuta de teus murmurios solitários e frios ou
Na bagunça da minha cabeça que ocupas fazendo barulho e tempestade sentimental.
A gente só se aproxima na distância da reflexão de estarmos longe um do outro.
E talvez a gente se combine no aconchego de nossas almas
que se desejam plenas e calmas...
- felizes por acertarem nas escolhas cada etapa desse longo caminho.
Vivi até aqui tentando fazer parte de tua vida e retive você em prisão afetiva e bem doída.
Estevestes ao meu lado pressionando o botão de acelerar meus passos, sentimentos e percepções
que viraram incertezas e novas maneiras de reconhecer a vida que levo a partir de agora.
Tem gente que pensa que dói ficar só.
Tem gente que até comemora.
Ter tempo para meditar e crescer,
refazer o cansaço e recolher-me.
É maravilhoso existir como qualquer ser
habitando o cosmo sem medos, culpas ou castigos.
Aqui, sozinha do meu quarto em mim mesmada,
Sinto o pulsar de cada batida do coração
e o sangue que corre em minhas veias já relaxadas,
sem pressa, sem angustia, sem fúria, sem dor, sem qualquer pressão negativa. Fluo com tudo! Não fujo de tudo. Apenas flutuo com meus pensamentos mais leves e mais castos.
Uma comunhão singular
Ser sua e não ser
Ser mais minha referencia da minha vida compartilhada contigo.
É bom ficar sem você! É verdade que abastecemos nossos sentimentos de pequenas esperas e buscas.
Não espero mais que me venhas pleno porque não conheces ainda o caminho do que é essencial.

É melhor limpar da nossa estoria suas orelhas que ainda não escutam
o meu desejo de ser sua mulher
e a vida além do seu umbigo.
Eu te amo e vou permanecer em mim,
sem medo de perder o que não quis reter ou nunca tive.
A liberdade tem destas coisas....
Arriscamos soltar o que amamos para que voltem sempre que desejarem o aconchego da nossa companhia.
Seja tua liberdade do tamanho e da responsabilidade de amar a si mesmo e aos demais
e de escolher com quem realmente desejas compartilhar a vida.
Boa noite e boa sorte
Siga comigo dentro de ti onde quer que vás.
Kátia da Luz

sábado, 31 de outubro de 2009

SUKATA DE PRIMAVERA - OUTUBRO 2009

Esperava quase inerte e o vento lhe deu movimento.
O jornal se movia, quase pronto para ir embora.
Estava repleto de notícias frescas
do mundo que se renova e se mata.
E não tendo qualquer compromisso por ter sido ali jogado,
inerte ele virara apenas lixo um papel amontoado.
E eu nem vi o dono do seu esquecimento.
Sou uma pobre distraida tentando esquecer-me debaixo deste dia de sol.
Lamento.
Não tinha nem moeda para comprar um jornal.
Precisava sair desta paz quase entediante lendo
Notícias - as que trouxessem alguma alegria -,
para minha vida de esquecimento e enclausurada.
Então...
Disfarsando o meu abandono
desisti de procurar pelo seu dono
bagunça esquecida na areia de uma bonita
praia onde vivo e me enterro há tantos anos.
Virei uma espécie de chata sem galocha e griffes de qualidade.
Dediquei conservar como patrimônio valores imateriais e humanos.
E o jornal voara solto com a areia, chamado pela brisa.
Desviei deste destino de sereia enrrugada,
Levantei meu corpo mulato desta canga amassada.
Para salvar o meu objeto do trabalho daquela edição já quase na água.
Eu não sou jornalista, nem radical ecologista.
Mas tive pena do jornal que ninguem leu.
O Jornal carrega em si o trabalho de tanta gente
em comunicar as noticias diversas do mundo.
O descaso do cidadão que o esqueceu me
aguçou a curiosidade.
E me inspirou a tentar escrever.
Uma homenagem a comunicação e a imprensa deste país.
Depois de alcançar suas páginas rasgadas pelo impacto da areia,
Tentei ler alguma novidade.
Inutil... o vento teimava em transforma-lo em brinquedo.
Tive medo de me tornar muito ridícula
aos olhares de quem só quer um banho de mar e ma cerveja na mão.
Viva a notícia do mundo que se modifica a cada segundo,
E viva a libertade responsável de comunica-las aos leitores.
Observei voracidade humana atentando contra a natureza que
me convida a reciclar minha própria vida e conceitos nesta inquieta lucidez..
Deste lugar que devolve pureza por preservar minha infância de menina
nesta idade de loba em mim já desacreditada.
Sinto um impulso de brincar de modelar as notícias impressas naquela edição.
Hoje estou acompanhada de bons sentimentos.
Nem critico as tendências das matérias e tão pouco quero censurar o autor do esquecimento.
Me senti uma privilegiada em tentar salvar aquele exemplar.
Neste 30 de outubro de 2009, daqui da praia de São Francisco, em Niterói,
Estou vivendo numa outra realidade quase de isolamento.
O que prova que neste país sou ainda sou maoria desinformada e manipulada mas com boa fé e compaixão.
Sigo em ciclos de alegria e de pura tristeza por não saber,com certeza, o sentido do trabalho de toda uma vida. Inclusive da minha.
Acabo de amassar o jornal do anônimo relaxado ou distraído.
Desejo que as noticia do Rio de Janeiro e as do Brasil neste quase fim de ano,
tragam mais emprego, educação, dignidade para todas as meninas da geração da minha filha e depois dela, como projeção daquilo que fui um dia.
Eu gosto de preservar a minha infância e sonhos singelos com o por- de-sol.
Deus harmonize este Rio de Janeiro que amo.
Que para seus filhos e filhas não Lhe vejam apenas um monumento inventado para ser visitado no Corcovado ou nas igrejas em altar.
Na cidade em que nasci e trabalhei umavida inteira,
Desejo que todo o fantasma de intolerância
e engano possa ser exorcizado.
Sem esta vontade de mudança aqui compartilhada de improviso,
Minha esperança de paz vira riso e motivos de não sair de casa.
Sem medo de tiroteio ou de ser assaltada.
Amo ser carioca e não me sinto ressuscitada.
Não por falta de comunicar coisas boas mas por sentir que a liberdade sem noção de
preservação torna cada irmão uma emboscada.
Daqui, do outro lado da Ponte, nesta santificada enseada de São Francisco,
Sou agora uma especie de gaivota de jornal quase letrada.
Preciso desenvolver mais tolerância comigo.
E ter mais consolação nas atitudes dos outros as quais não posso modificar.
Não me sinto mais deprimida ou impotente. Apenas consolada por espirito manso.
Percebo que a ignorância e esta no disperdicio deste amor a vida.
Temo morrer esquecida feito esta folha de jornal amarrotada.
Feito sucata de sonhos, sei que somos todos a extensão de cada um que convive conosco e que tem a intensão coletiva de nos preservar todo o dom da vida.
Kátia da Luz

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Arroz Doce Inventado por Mim - Uma Cilada Anunciada

duas xícaras de arroz-papa,
uma caneca de leite integral gelado
quatro colheres de mel
um punhado de cravos e lascas de canela em pau
duas colheres de sopa de geléia caseira de morango,
dois sachês de chá de erva doce
paus de canela para decorar.

Assim fiz minha escolha... Agradecer por você existir!!!
Assim com gratidão e carinho criei este mimo para comer com sorvete ou goiabada.

Se não curtir paciência... Criei uma pouca cilada.
A vontade foi de me esconder não funcionou da maneira esperada.
Nem minha filha gostou, nem comi fiquei aguardando um comentário qualquer.
Sabe a falta de sensibilidade está acabando com minha vontade de preparar surpresinhas de mulher.
É melhor evitar criar na cozinha quando não tenho a maestria de ser cozinheira.
Só a vontade de inventar um quitute que diga a minha família OLHE, ESCUTE, AINDA EXISTO, FALHO E SOU MULHER.
Assim, percebendo que fracassei no invento ,
decidi comunicar a ANA MARIA que - mesmo sendo inspirada por Ela, quase todos os dias-, me atrevi a lhe prestar homenagem com uma iguaria não comentada.
Assim, prefiro que você peça a moçada de sua cozinha,
pra nem dá nota a minha receitinha
que parece não ter sido aprovada.
Insistir?!Que Nada!! Deixar a cozinha pra outra moçada.
Tentar um brinde com a Mestre Ana Maria, que me ensina a errar dando boas risadas.
Por favor, querida Ana, me tire deste vexame!!!
Manda pra gente um pouquinho desta sua competência em ser excelente em tudo que faz!
Receba meu abraço carinhoso, pelos DEZ ANOS DO MAIS VOCÊ na casa da gente!!!
Sou sua fã, Brava e Mansa Guerreira Brasileira, que nem esconde o quanto é especial!!
Meu presente pra você virou piada pro lourinho comentar. Acho que se experimentar vira gororoba no ar!!!

Me dê a chance de ao menos de lhe dar um abraço,
De ganhar um livro autografado por você! Por favor, me tire deste vexame!
Ah!!! Aqui em casa há mais de dez anos VOCÊ É MAIS UNÂNiME!

Parabéns, Te Adoro, Kátia da Luz

Já Não Sou Essa Coca cola Toda...

Escolher e incluir novos textos... Acabo de sair de um louco processo de auto-aceitação.Não sou nem metade do que está escrito aqui e nem pretendi ser além do que já sou. Muito texto, para refletir o que a vida dá de Graça sem esperar nada em Troca... Deus acessa em mim hoje mais silêncio e meditação. Conclusão: PAZ na alma, sem murmurinhos do pensamento e do coração.

domingo, 6 de setembro de 2009

“Daquilo que insistimos em esconder”

Sentes?

É o teu coração que mente.

Não quer revelar teus segredos

E acabas morrendo de medo.


Ouves?

No silêncio, entrecortamos olhares.

E com ares de quem acorda de um sono profundo,

Desnudamos – por um segundo – o nosso mundo.


Eu?! Espio pelas beiradas de tua alma

Dores e amores interrompidos por tumultos

Ou tédio. Que Remédio?!


Tu?! finges à mim que não percebes

Além da lágrima no canto do meu sorriso

enquanto piso em de seus pés.

- Quem tu és?

E vamos nós, nesta intensa empreitada

Numa viagem que é tudo e é nada

Vasculhando intimidades

Por mais que resistam os nossos segredos,

Rompemos o medo


Atiramos contra o escuro de futuro

Uma chama quente que o sentimento

Nos concede neste finito presente.


Um brinde, uma canção e a eterna oração

Para permanecermos livres da tentação

De fugir para o esconderijo da alma sem termos

Tido a possibilidade de vivenciar a paixão ou

Aquilo que insistimos em esconder.



Katia da Luz.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

“QUEBRANDO ARGOLAS”



Argolas na goela

Seqüela de eras de escravidão

Quem são as cadelas que roeram teus ossos

E rasgaram este teu coração?


Que troço é este

Algemado que exibes como chagas em holocausto?

À quem devo me dirigir para exigir tamanha retratação por

Todo dano em tua vida; pela esperança perdida; todo teu

Empenho em ler atentamente a louca realidade?!

E de que são feitos teus sonhos íntimos?


Tantos os pergaminhos...tantos os livros em estantes....

tantos os espectros em teus ninhos!

Tantos lutos, quantas lutas...

todas nossas – tão só tuas.



Tudo é áspero, ríspido, árido, tísico.

Tenso, verídico e denso demais.

Muito ácido, muito químico.

Tudo ético e tudo técnico demais.


Muito ácido, tudo caustico.

Tudo ético e tudo técnico.

Nada espírito ou etéreo.


  • Onde foi que todas as modelos de virtude feriram tua criança?Classificando tudo, pondo tudo cartesianamente em categorias de pensamento.

Racionalizando tudo em tempo integral: QUE FALTA DE SAL!


-Será que na curva do tempo percebestes que a vitalidade que buscavas reside tão somente em ti e nos teus ideais?


TUA POESIA CHEIRA A AMARGURA...

Tanta vulgaridade, quanto engano,

Tanto sofrimento por nada.

Tanto pano para as poucas vestes

Destas bestas e febris pestes que

com lábios de carmim e almas envenenadas

sangraram teu ectoplasma com olhos de caco-de-vidro.





Despiram tua falsa nobreza e a doce singeleza

que insistia pulsar dentro de ti.


Pela necessidade ainda surda de atender

aos apelos do campo, as róseas manhãs,

ao abraço do vento ao acorde intenso das ondas do mar!


Tu te moldastes em forma de bronze

Há zinabre em teu olhar!

Não há mais natureza em ti, e ... aí

Por quem ou o quê devo lutar?!


Arruinaram tuas esperanças

tecidas em cada sílaba ou lembrança

de tuas canções de ninar.


Nem os anjos me atendem agora

Embora a esta horas durmam solenes!

Guardiões do nosso dia-a-dia de mortais que vivem

esculpindo idéias para não amar.


Nada de mágico posso rogar!

Nem à minha Virgem Maria,

Nem a Madre Tereza de Calcutá!



Eu teu vejo um Cristo triste e desprezado.

Me angustia ler tuas falas.

Na imagem deste sacrifício materialista

ainda enxergo os furos duros em teus pulsos quentes

atados a esta Cruz que insistes em carregar!

Carregas esta amargura que contamina

o teu olhar


Que tu possas respirar mais leveza e que espantes

com um bocejo preguiçoso, toda a rabugice e frieza com que te proteges dos outros seres que ainda vivem da eterna luz.


Não tarda e já vem a tua velhice, não a faça ser assim tão triste

Volte a passear nos jardins da eterna infância do apreender o novo.

Infância serena que não tarda a voltar!


Es o Ciclo da tua essência e da natureza da tua vida.

E a maior idéia de ARGOLA que te desejo

é a que o mundo na sua sabedoria puder lhe livrar.


Meu amigo e doce ex-seminarista.

De quantas esquinas esguias e sombrias quer esta tua alma fugir?
Na virtual e cibernética relação com os teus versos estas fixado.

A caso te alimentas das palavras e a elas tão somente do que ainda resta de Ti.



Quantas mãos negastes afago espontâneo ou calculado como quem não tem por que tocar ternamente em alguém.


Por que vigiar teu vigia já que não cansa de te vigiar?


Este é teu máximo esforço humano: o de se conter ou patrulhar.


Pobre prisioneiro de si mesmo onde nenhum gesto nasce espontâneo!

Nem as covinhas do seu seco sorriso tão pouco as rugas do teu crânio!


Ciclo vicioso dos que já perderam a espontaneidade. São Mármores ou Carraras...


Calculas em conta-gotas todos os líquidos sorvidos de tua fronte?

Quanto de tua emoção foi excretado?


Sabes a fibra que tem com a ponta de teu lápis-punhal?!


-às vezes és a própria Seca, noutras o Temporal.


Arde a tua pinimba implicante

com tudo és crítico-militante!

Não teme nem a mudança e os fenômenos naturais.


Tua vida é tão sem esperança...

Fique em paz, com a tua criança e reaprenda a deixá-la brincar!


Nas lembranças do pródigo menino

reside o gosto apurado pelas letras,

pelo luzir das idéias da consciência das necessidades do mundo.


Tu és luz contrastada na penumbra desta vida mal revelada onde o poeta não esconde sua tês azulante.


Branca e translúcida a tes do poeta

desvelada e arrogante.

Parece que teme ser decifrado por qualquer ser

que julgas repugnante.


Escreves para não morrer mas morres a cada instante.


E daqui de dentro de mim, vendo tudo me causa desconforto impotente.

Queria dizer-te simples e honestamente que tudo no universo deve se harmonizar.

Nem a tua cética visão materialista e fria sobrevive sem o que é puro e espontâneo no meu modo de pensar.


Parece que as lentes grossas de teus óculos parecem impedi-lo de enxergar

que na ternura da amizade reside um respeito e uma certa arte de contemplar.


Em teu universo pessoal, sinto-me invasora ou ser repugnante.

Pena, sou só uma amiga a querê-lo ajudar.



Ah... este cheiro de mofo, este cheiro de urina, este aroma de café coado na hora pela figura negra e feminina.


Isto parece aristocrático demais para ser o homem que leio.

Isto é pouco, solitário e feio.


Vem a bandeja co as xícaras enebriantes.

Aquela fumaça trás em mim outro desejo.


De gole em gole

Meu hálito fica amargo e resistente.

Percebo tuas mãos enérgicas e cheias de crença

não há espaço para sutilezas e ternura nesta tua vida que transpira amargura.


Deus... a hora se arrasta.

A humanidade neste milênio terá que desfazer os nós de tuas argolas!

Alguns cegos outros apenas embaraçados

Mas que tentam agonizar solução pacífica para as nossas buscas.


Argolas, ora-bolas!

Aqui neste ensaio poético são só Farolas

Dos homens sem cartolas com dores nas bolas e

das mulheres sem calcinhas e sutiãs – nuas até da consciência do papel que

representam na tua cama de pregos forrada de cetim amarelo.


Tire de teus versos a foice e o martelo e de teus amores está amargura sem fim!


Buscas a quem não amas atirando em que não desejas prender.

No fundo, para mim, argolas são alianças.

São desejos de vida mansa compartilhada desde criança

com o teu ideal de mulher que hoje é refletido por ti, no espelho do teu toucador.


Ser amiga de um intelectual tão especial é bom mas também nos causa dor.

Com muito carinho da sempre amiga, Kátia da Luz



Para Álvaro Mendes (Jornalista e Poeta)

Máscaras




Máscaras são falas

Que calam no canto

Da alma


Máscaras tão calmas

Quando angustiantes.


Inocentes quando úteis

Ao sistema que as fabrica


Máscaras tão caras!

Fúteis e fósseis.


Máscaras dantescas

Anagramas, esfinges

E mortas:


Tão cheias de vida.


Kátia da luz.

A SEDE DO POTE



Eu ia com muita sede ao pote,
como se o que matasse a minha sede fosse o pote.

Hoje prefiro dormir com a roupa do meu sonho me por de pé; nunca mais acordar.

Caminho por dentro, não há pressa
tenho todo o tempo da vida (e só ele)

O mundo me assusta, quando não me aflige
e me aflige quando não me assusta

Prefiro encarar o pavor de todo o desconhecido

As roupas surradas de meu corpo
me vestem a pele de panos, e estas
vestes estão cheias de carne
e sonho e osso e vida

O que retenho é o meu conteúdo
O que não retenho é o que mata a minha sede.




Katia da Luz